Niterói reforça política de Segurança Alimentar durante a pandemia

Niterói tem uma política de segurança alimentar estabelecida com duas grandes frentes de fornecimento de alimentos à população: o Restaurante Popular Jorge Amado e o Banco de Alimentos Herbert de Souza. Com os dois programas atuando de forma complementar, a cidade é uma das poucas no Estado do Rio de Janeiro que não paralisou seus serviços. Durante a pandemia do novo coronavírus, uma terceira ação foi instituída com a entrega das cestas básicas para garantir a alimentação da população em vulnerabilidade social.

O secretário municipal de Assistência Social e Economia Solidária, Vilde Dorian, destaca que Niterói tem um trabalho bem estruturado para garantir a alimentação da população vulnerável.

“A Política de Segurança Alimentar em Niterói trabalha sobre duas grandes frentes, sendo uma com os equipamentos que a prefeitura já tem estabelecido na cidade e a do benefício eventual da entrega das cestas básicas. O Restaurante Popular oferece refeições prontas, café da manhã e almoço, com cardápio variado, a preço popular. Lá temos o único Centro de Referência em Segurança Alimentar do Estado, o Espaço de Convivência Zélia Gattai, que é o único espaço do Estado que se propõe a organizar e debater a segurança alimentar. Já o Banco de Alimentos trabalha com o oferecimento de alimentos para instituições que prestam trabalhos sociais em diversos pontos da cidade. Com a chegada da pandemia, incluímos mais uma frente, que é a entrega de cestas básicas para o público que não se encaixava nos programas de benefício social da prefeitura. Assim garantimos a alimentação dessas pessoas que estão em situação de maior dificuldade neste momento”, esclarece o secretário.

O Restaurante Popular Jorge Amado, no Centro, foi municipalizado e reaberto em 2017, depois que o Estado alegou não conseguir manter o equipamento. De lá para cá, mais de 2 milhões de refeições já foram servidas entre café da manhã e almoço. Em 2020, o restaurante fechou em março por conta da pandemia do novo coronavírus. No início de agosto, respeitando protocolos sanitários rígidos, foi reaberto à população. Em 2021, o restaurante segue aberto e, até o momento, já serviu aproximadamente 175 mil refeições entre almoço e café da manhã. Em 2020, foram pouco mais de 115 mil refeições servidas.

O restaurante atende moradores de Niterói e municípios vizinhos que vêm se alimentar pelo valor de R$ 2 no almoço e o desjejum por R$ 0,50. O restaurante funciona de segunda a sexta-feira, das 6h às 9h, para o café da manhã e, entre 11h e 15h, para o almoço. A Prefeitura de Niterói investe cerca de R$ 3 milhões por ano para manter o local funcionando.

Diferente do Restaurante Popular, o Banco de Alimentos Herbert de Souza não faz atendimento direto à população. O banco recebe doações através de parcerias firmadas com redes de supermercados, promotores de eventos, espaços públicos e a Coordenadoria de Gestão de Eventos da Prefeitura de Niterói. A partir do que é recebido, são montados kits de acordo com as necessidades de cada instituição conveniada. Algumas das instituições fazem refeições e servem no local. Entretanto, na pandemia foi necessário adaptar o serviço através do preparo de quentinhas ou com a entrega de cestas básicas para as famílias atendidas. Nesse momento de pandemia, o banco de alimentos contempla 17 instituições que atendem, de forma direta ou indireta, quase 2.400 pessoas entre crianças, adolescentes, adultos, idosos e famílias pré-cadastradas, por mês.

Em 2019, o banco de alimentos chegou a arrecadar quase 60 toneladas de alimentos. Com a pandemia, em 2020, as doações diminuíram devido à falta de novas parcerias e também de eventos culturais (uma das formas de arrecadação) e foram cerca de 30 toneladas de alimentos recebidos. Em 2021, a administração do banco de alimentos vem reforçando as parcerias com comerciantes da cidade, seja de pequeno ou grande porte, para aumentar a arrecadação. Até o início de maio, já foram 23 toneladas recebidas no espaço. Esse quantitativo está diretamente relacionado ao convênio firmado com o Ceasa-RJ e o Banco de Alimentos, que através do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), fornece cerca de 1,5 toneladas de alimentos da agricultura familiar de quinze em quinze dias.

“Estamos em busca de mais parcerias, desde os grandes hipermercados aos mercadinhos de bairro. Recebemos produtos com avarias, que estão próprias para consumo, mas que, por alguns pequenos defeitos na embalagem, como um furo ou um amassado, acabam não sendo vendidos. O mesmo vale para produtos que estão perto da data de vencimento. Dessa forma a gente consegue dar uma destinação para eles. Assim, combatemos o desperdício e contribuímos para a alimentação de muitas famílias”, frisa o subsecretário de Segurança Alimentar e Nutricional do município, Igor Barcellos.

Sobre o banco de alimentos – Para se cadastrar, representantes de instituições que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social devem comparecer à sede na Rua Padre Anchieta, 65, Centro. Além dos documentos necessários, a instituição precisa ser cadastrada no Conselho da área de atuação (criança e adolescente, idoso, etc), no Conselho Municipal de Assistência Social do município, e ter inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e possuir cozinha para manipular e cozinhar os alimentos doados. Informações pelo bancodealimentos@sasdh.niteroi.rj.gov.br.

Reforço durante a pandemia –Durante a pandemia da Covid-19, outras ações foram implementadas para reforçar e garantir a alimentação de muitas famílias que tiveram seu sustento prejudicado com paralisações de serviços e fechamento de postos de trabalho. Além dos serviços já fornecidos na cidade pelos equipamentos da prefeitura, mensalmente são distribuídas cerca de 8 mil cestas básicas, desde maio de 2020. Um ano depois, quase 100 mil cestas já foram entregues. A prefeitura também instituiu a Campanha Niterói Solidária que arrecada doações de alimentos não perecíveis e itens de higiene e limpeza e, através de instituições cadastradas pelo chamamento público, distribuem para as famílias mais carentes da cidade.

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