Centro Cultural Paschoal Carlos Magno retoma atividades com exposição que reúne clássicos do cinema e pandemia de Covid

Quem passeia pelo Campo de São Bento logo nota que, além do parque aconchegante e arborizado, o local abriga um belo espaço de paredes de vidro, integrando arte e natureza. É o Centro Cultural Paschoal Carlos Magno. O espaço retoma as atividades artísticas na quarta-feira (22), com a exposição “Presente Distópico”, que aborda justamente a questão da pandemia mundial de Covid-19, que motivou o fechamento do espaço no início de 2020, e sua relação com clássicos do cinema pós-apocalíptico. O local, que é administrado pela Fundação de Arte de Niterói (FAN) e foi utilizado como posto volante de vacinação, reabrirá a partir das 10h.

“O Paschoal Carlos Magno é um dos mais importantes espaços culturais de Niterói. Dentro do principal parque da cidade, o Campo de São Bento e com uma arquitetura que o torna uma própria obra de arte. Suas paredes de vidro permitem que o público enxergue o Paschoal. A retomada das atividades artísticas é fundamental para os niteroienses, principalmente, os frequentadores do Campo. O Projeto Vacina e Arte já serviu como piloto dessa retomada e agora, inauguramos nossa primeira exposição presencial: Presente Distópico,” disse o Presidente da FAN, Marcos Sabino.

Segundo Renato Almada, Superintendente da FAN e atual gestor do espaço, o retorno das atividades presenciais, após um longo intervalo, tem como objetivo oferecer atividades para todos os públicos, retomando o protagonismo cultural que o local tem na cidade. “Nos últimos meses, o Centro Cultural foi um dos pontos estratégicos de vacinação. Agora, com o avanço da população vacinada, podemos reformular e retomar as ações culturais”, destacou. 

Mais sobre o ensaio:

A ideia da exposição que reabre o Centro, surgiu em agosto de 2020. Diante das incertezas profissionais e emocionais trazidas pela pandemia, a fotógrafa Renata Xavier, a estilista Aline Ciafrino e a maquiadora Christina Gall, se uniram e criaram uma mostra fotográfica inspirada na cultura pop, em particular na produção cinematográfica. Ao final, 30 imagens da modelo e bailarina Suzana Quintanilha na cidade de Niterói, foram produzidas e publicadas em diversos países. 

Nelas, Suzana interpreta uma personagem que representa a força, a vida e a beleza segundo o olhar das artistas. O ensaio ‘Presente Distópico’ se divide em três partes: ‘O Ano em que a Terra Parou’, que retrata o sentimento dos primeiros momentos da pandemia: a chegada do vírus, o isolamento, as ruas vazias, as pessoas se protegendo dentro de suas próprias bolhas, o medo. A sequência de imagens é inspirada no filme ‘O Dia em que a Terra Parou’, de 1951, do diretor Robert Wise e em outras produções como ‘Blade Runner’ (1982), ‘Metrópolis’ (1927), ‘O Enigma de Andrômeda’ (1971). As fotos foram feitas na Avenida Amaral Peixoto.

A segunda parte do ensaio é chamada de ‘Sobreviventes’’, inspirada em ‘Mad Max’, ‘Planeta dos Macacos’ e em filmes de futuros distópicos, onde tudo foi destruído e há poucos resquícios de civilização e cidades, restam apenas os sobreviventes e a natureza. Essa sequência foi realizada na Praia de Piratininga, em Niterói.

A terceira e última sequência de imagens se refere ao futuro. ‘Novos Caminhos’, foi fotografada no próprio Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói. O visual futurista dessa parte da mostra é inspirado nos filmes ‘sci-fi’, dos anos 50-60, na época do pós-segunda guerra mundial, quando disco voadores, alienígenas e a fantasia sobre o desconhecido se tornaram populares, assim como os super-heróis e toda a cultura pop/geek. Os visitantes poderão colaborar com a exposição num espaço inspirado pelo clássico distópico do cinema nacional ‘Limite’ (1931), de Mário Peixoto, feito no pós-primeira guerra mundial e depois da gripe espanhola, cuja temática é a existência humana e seus limites.

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