Aprendiz Musical lota Theatro Municipal de Niterói em primeiro concerto acessível

O Theatro Municipal de Niterói ficou lotado na noite da última quarta-feira (7). A primeira apresentação acessível, com audiodescrição e tradução em libras, do programa Aprendiz Musical foi sucesso de público. Os ingressos esgotaram rapidamente, mas quem não conseguiu assistir ao espetáculo presencialmente teve a opção de conferir pela transmissão ao vivo disponibilizada nas redes da Prefeitura de Niterói e nas do programa. Além disso, um telão foi montado na Sala Carlos Couto, anexa ao Theatro.

Mantido pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Ações Estratégicas e Economia Criativa, o Aprendiz Musical – um dos mais importantes programas de desenvolvimento social, por meio da arte, ativos no país – está completando 22 anos em 2023, passando por uma expansão significativa em suas atividades e na quantidade de alunos atendidos.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, elogiou os participantes do programa e destacou os investimentos do Município no Aprendiz.

“Faço uma saudação a cada um dos profissionais do programa Aprendiz Musical, que é um orgulho para nossa cidade. Vimos aqui uma apresentação com uma qualidade incrível. A cultura e o esporte são grandes ferramentas para desenvolver e descobrir talentos. E a gente sabe a diferença que faz quando pessoas, principalmente crianças, são expostas às oportunidades. Cerca de 8 mil alunos já participam do Aprendiz, com todos estes instrumentos, que foram adquiridos e que estão à disposição deles. Por trás de um programa como este, tem muito trabalho. Precisamos de uma logística e de um planejamento e estamos fazendo um grande esforço. Desapropriamos um imóvel no Fonseca, que vai ser uma das sedes. A Casa Norival de Freitas também, que está sendo reformada, será a sede. Estamos construindo, ainda, uma parceria com o Conservatório de Música de Niterói”, afirmou o prefeito.

O ex-prefeito de Niterói e atual secretário Executivo, Rodrigo Neves, ressaltou a importância da arte e da música na vida dos jovens.

“É uma alegria muito grande ouvir estas crianças e jovens. Hoje me lembrei do Darcy Ribeiro, que lutou pela educação. Ele falava que era do fazimento. Vemos esse programa transformando a vida das pessoas, destas crianças. Acredito muito que a educação e a cultura são verdadeiramente os melhores instrumentos para construirmos uma sociedade mais justa, menos desigual. Um jovem, sobretudo de uma comunidade mais pobre, não teria a oportunidade de aprender a tocar um instrumento musical, menos ainda música clássica. O Aprendiz oportuniza isso. Uma pessoa que impunha um instrumento dificilmente vai para um caminho que não seja positivo na vida”, disse Rodrigo Neves.

O secretário de Ações Estratégicas e Economia Criativa, André Diniz, lembrou do início do programa e chamou ao palco o coordenador pedagógico, João Victor Reis, que ingressou aos 10 anos no Aprendiz, quando estudava no José de Anchieta, no Morro do Céu, e hoje trabalha com estas crianças e jovens.

“O programa começa no Morro do Céu, no Villa-Lobos, na Ilha da Conceição… E de lá para cá estamos ampliando mais ainda o Aprendiz. Teremos curso de pré-vestibular, de cidadania, enfim, estamos oferecendo: uma infraestrutura imensa, uma qualidade de entrega, uma oportunidade estética. É um programa social e educacional, mas com um retorno estético muito grande”, explicou Diniz.

Mariana Zorzanelli, subsecretária da SAE, ressaltou que essa apresentação é o resultado de três meses de muito trabalho.

“Não posso deixar de dividir com as pessoas algumas coisas que nós temos feito e que são escolhas de gestão. É uma escolha do governo quando se investe em um programa social com cinquenta e oito turmas, entre instrumentos e aula de canto coral. É uma escolha da gestão fazermos programas de intercâmbio e neste ano vamos ter Londrina, Sobral e Taubaté, por exemplo. É uma satisfação enorme vermos meninos e meninas aprendendo estes instrumentos, que foram adquiridos entre março e junho deste ano, tocando uma tuba, um clarinete, um oboé. Cada vez que visito a Sala Aprendiz, costumo dizer que sou eu quem ganha. É encantador fazer parte disso e ver que a gente consegue, por meio da gestão, mudar a realidade das pessoas”, contou a subsecretária.

As Orquestras e o Coro Aprendiz levaram ao palco obras eruditas e populares, emocionando o grande público, que cantou junto e vibrou com a qualidade musical dos alunos. Antes de começar a apresentação, a expectativa destes jovens músicos já era enorme.

Integrante do Coro Aprendiz, Ana Júlia, de 18 anos, explicou que já se apresentou anteriormente no local, mas que agora era diferente.

“Estou ansiosa. Já estive aqui antes, mas tocava violino. Aí veio a pandemia e fiquei muito tempo em casa. Agora, nos apresentarmos para muita gente e é uma satisfação imensa. Eu estudei muito, treinei e foi lindo! E, desta vez, estou me apresentando com o Coro”, disse a jovem.

Quem também não escondeu a emoção foi Luciana, de 21 anos, também participante do Coro, que pela primeira vez subiu ao palco do Theatro Municipal.

“Fiquei muito animada. Uma experiência única. Todos nós ficamos muito felizes e ansiosos”, explicou Luciana.

Os espectadores puderam ouvir obras muito conhecidas do grande público e outras pouco executadas por orquestras jovens no Brasil. Foram dois grupos orquestrais: um com alunos que estão passando pela experiência de tocar num organismo Sinfônico pela primeira vez e outro com alunos mais experientes. Ambos tocaram juntos ao final com o Coro Aprendiz. Entre os compositores, as orquestras apresentaram obras de Mozart, Tom Jobim, Brahms e Debussy.

“Foi uma experiência muito enriquecedora. Nós ensaiamos muito para que o público pudesse gostar do que presenciou aqui. Foi uma diversão para nós, porque o trabalho duro já passou. A casa estava cheia e acho que o pessoal curtiu”, disse Pedro Gomes Ferreira, de 19 anos, que se apresentou com a Orquestra Principal, tocando viola.

O primeiro grupo executou duas danças alemãs de Mozart, muito ouvidas nos bailes imperiais austríacos do século XVIII, que fazem um contraponto à prestigiada ‘Garota de Ipanema’, de Tom Jobim. E, festejando os 190 anos de Brahms, a plateia escutou as famosas ‘Danças Húngaras, n.1 e n.5’, e de Debussy, compositor pouco tocado por orquestras jovens no Brasil, levando ao palco suas imortais, Clair de Lune e Rêverie. Ao final, o Coro se uniu às orquestras e juntos fizeram o melhor do cancioneiro popular e folclórico.

Presenças – Entre outras autoridades, também estiveram presente no recital a primeira-dama e coordenadora da Campanha Niterói Solidária, Christa Vogel; o presidente da Fundação Municipal de Educação (FME) e secretário de Educação de Niterói, Bira Marques; a secretária de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão (Seplag), Ellen Benedetti; e a coordenadora de Políticas e Direitos das Mulheres de Niterói (Codim), Fernanda Sixel.

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